quarta-feira, 27 de julho de 2011

Os Cinco Estágios do Luto

O modelo de Kubler-Ross

O modelo de Kubler-Ross é comumente conhecido como os Cinco Estágios do Luto. Ela se baseou em pesquisa e entrevistas com mais de 500 pacientes em processo de morte. O processo descreve cinco estágios em que as pessoas lidam com o luto e a tragédia, especialmente quando o diagnóstico é de doença terminal ou uma experiência de catastrófica perda.

É importante observar que estes estágios não seguem, necessariamente, uma sequência cronológica ou que só passem para o próximo passo quando completado o anterior. Nem todo mundo que enfrenta algo como a morte ou eventos que envolvem mudanças estruturais de vida respondem ao processo na ordem que é apresentada. Reações mediante doença, morte e perda são únicas de pessoa para pessoa que as experimenta.

Não é todo mundo que vive todos os passos ou que os vivem de maneira linear. Alguns passos podem ser inteiramente perdidos e outros podem ser experiências de uma ordem diferente, alguns ainda podem ser reexperimentados e, novamente, ainda alguns podem ficar encalhados num dos passos.

Estágios

1. Negação
"Eu me sinto bem"; "Isto não pode estar acontecendo, não comigo". A negação é usualmente um mecanismo de defesa temporária para a pessoa. Este sentimento é geralmente substituído pelo aumento de consciência por causa da noção das posses deixadas ou pelas pessoas que ficaram depois da perda da pessoa.

2. Raiva
"Por que eu? Não é justo; "Como isso foi acontecer comigo?"; "Quem culpar?". Uma vez no segundo estágio, a pessoa reconhece que a negação não pode continuar. Por causa da raiva, a pessoa tem dificuldade em lidar com a perda devido aos sentimentos deslocados de raiva e inveja.

3. Barganha
"Apenas me deixe ver minhas filhas se formarem" (para quem morre); "Eu faço qualquer coisa para estender um pouco o meu tempo"; "Eu ofereço minhas economias se...". O terceiro estágio envolve a esperança de que a pessoa possa, de alguma maneira, postergar ou demorar mais para morrer. Usualmente, a negociação para um aumento no tempo de vida é feita com o poder do alto em troca por uma reformulação no modo de viver a vida. Psicologicamente a pessoa está dizendo que "entendo que um dia morrerei, mas, se eu pudesse apenas ter um pouco mais de tempo..."

4. Depressão
"Estou tão triste, por que me aborrecer com as coisas?"; "Eu vou morrer...qual é o ponto?"; "Sinto falta desta ou daquela pessoa, por que então continuar?". Durante o quarto estágio, a pessoa que morre começa a entender a certeza da morte. Por causa disso, a pessoa torna-se silenciosa e se recusa a receber visitas ou gastar tempo com choro ou luto. Este processo permite a pessoa que morre a desconectar com as coisas que ela ama e tem afeição. Não são recomendadas tentativas de 'levantar o moral' da pessoa que está neste estágio. Este é um período importante para o luto que deve ser processado.

5. Aceitação
"Vai ficar tudo bem"; "Não consigo lutar contra o que está acontecendo, portanto, é melhor eu aceitar". Neste estágio, as pessoas começam a fazer as pazes com sua mortalidade ou com a mortalidade de uma pessoa que ama.

Kubler-Ross originalmente aplicou estes estágios para as pessoas que sofrem de uma doença terminal e, mais tarde, aplicou para qualquer forma de perda catastrófica (trabalho, rendimento, liberdade). Isso pode também incluir o término de eventos como morte de uma pessoa a quem estamos ligados, divórcio, dependência a drogas, o ambiente que gira em torno de uma doença estabelecida ou crônica, em torno de temas como infertilidade, assim como outros tipos de tragédia e desastres.

Kubler-Ross diz que estes passos não precisam vir necessariamente na ordem anotada, nem que todos os passos devam necessariamente ser vividos por todos, mas, ela afirma que as pessoas irão sempre experimentar ao menos dois dos estágios. Frequentemente as pessoas podem experimentar vários estágios como o efeito de uma gangorra ou montanha russa - trocando entre dois ou mais estágios, depois voltando para um ou outro, várias vezes, antes de finalizar todo o processo de 'enlutamento'.

Por outro lado, há aquelas pessoas que lutam e resistem a morrer até o final. Alguns psicólogos acreditam que quanto mais a pessoa luta contra a morte, mais certamente passará pelo estágio de negação. Se este for o caso, é possível que o doente tenha mais dificuldade de morrer de forma emocionalmente digna. Outros psicólogos afirmam que para algumas pessoas, não confrontar a morte até o fim pode também ser uma forma de se ajustar a inevitabilidade da mesma. Aquelas pessoas que experimentam problemas a processarem através dos estágios deveriam considerar um aconselhamento ou grupos de suporte para o processo do luto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito interessante essa postagem, eu não conhecia essa teoria e fiquei surpreendida com os 5 estágios... acompanho seu blog e espero ver mais postagens assim.
Simone